Macramé – técnica ancestral de atar fios e dar nós
Os nós da técnica do macramé
O macramé é uma técnica de atar fios
entre tantas existentes as quais foram desenvolvidas ao longo dos anos e que
são usados para várias finalidades.
As peças feitas
em macramé costumam ser utilizadas
para a decoração de ambientes, em roupas de cama, mesa e banho, no vestuário
pessoal e também em acessórios como bolsas ou bijuterias e até calçados.
O macramé é feito basicamente de dois
tipos de nós e suas variações: o ponto macramé
e o ponto festone.
Utilizando-se
estes dois pontos, pode-se criar uma grande variedade de outros pontos secundários.
Para fazer o macramé
é preciso fios e as mãos, auxiliado às vezes por alfinetes ou por uma base onde
se prende os fios.
Sugestão: Pulseiras da Tolerância! (em macramé)
Os fios podem
ser de vários tipos e espessuras variadas, de qualquer material que permita a
amarração, tais como cordões, cordas, linhas, fitas e outros.
Também podem
ser utilizados, junto com os nós, vários objetos para decorar o trabalho, como
bolinhas decorativas para entremeios, sementes perfuradas, strass.
Outros
produtos, de acordo com a finalidade do trabalho, como alças para bolsas e
fivelas para cintos, podem ser facilmente associados ao macramé.
A partir dos
pontos básicos, diversas variações podem ser efetuadas, criando vários motivos
diferentes.
Fonte |
História do macramé – as origens
O nome macramé (migramach) é de origem turca,
e significa “tecido com franjas, tramas
ornamentais e galão decorativo”.
Provavelmente,
esse nome teve origem nos tecelões turcos do século XIII d.C., os quais
faziam muitos trabalhos com franjas em toalhas barradas.
Apesar de ter
sido criado oficialmente, como técnica, na região da atual Turquia, estudos
indicam que o macramé era utilizado
na China, na Mesopotâmia e no Egito, por volta do ano 3.000 a.C..
No Museu
Britânico, encontra-se um barrado assírio registrado como a peça mais antiga de
macramé, datada em 2000 a.C., feita
com cipó, vime, couro e até mesmo ervas.
No entanto, as
fontes asseguram que a técnica teve o seu maior destaque nos reinos árabes
medievais e também durante o apogeu do Império Bizantino.
O macramé na Europa
Os espanhóis e
portugueses destacaram-se por serem os primeiros europeus a terem contacto com
a técnica, aprendida por meio dos mouros que habitaram a Península
Ibérica desde o século VIII d. C, depois de a terem conquistado na sua quase totalidade.
A partir de então,
será nas Cruzadas que o macramé virá a ser conhecido pelos demais
povos da Europa, em especial os italianos e franceses.
No século XVI,
o macramé tornar-se-á uma
especialidade de Génova, quando a técnica de atar os fios será conhecida como “punto
a groppo” (em italiano “laço atado”).
Os padrões eram
geralmente geométricos e, às vezes, intercalados com figuras humanas
estilizadas.
O macramé destacou-se
na França medieval por ser feito em tecidos para fazer a franja com linhas mais
finas e não apenas com cordões e barbantes grossos.
Já no Portugal
medieval, o tecido era desfiado para fazer franja: aqui, a técnica passou a ser
chamada também de “bróia”, “brolha” ou “amarradinho”.
O macramé chegou ao Brasil por meio dos
colonizadores portugueses, designado pelos nomes dados à técnica ainda em
Portugal. (…)
É digno de nota
o facto de que os britânicos serão um dos povos que mais valorizará a arte dos
amarrados.
Ainda no século
XVI, a Rainha Maria, esposa de Guilherme de Orange, ensinava às damas da corte
a técnica que seu esposo havia trazido da Holanda.
No entanto, o macramé tornar-se-á popularizado no
Reino Unido apenas no século XIX, tendo tido o seu auge na era vitoriana, quando o
estilo romântico da época privilegiou a sensualidade e o uso exagerado de
ornamentos.
Em 1860, é
lançado o Sylvia's Book of Macrame Lace,
no qual se encontram instruções sobre como trabalhar com os nós nas mais
diversas peças, feitos nesta época com linha muito fina e delicada, de modo a
aparentar uma renda.
Livros e
revistas eram editados incentivando as donas de casa e suas filhas a aprender
alguma técnica de modo a tornar-se um hobby
e ainda produzir algo útil.
A partir de
então, vários livros e revistas serão feitos para o ensino da técnica com seus
usos e modelos.
A difusão do macramé
A difusão do macramé parece dever-se muito aos
marinheiros, mais precisamente aos navegantes árabes nas suas longas viagens,
quando o tempo ocioso foi factor favorável para as descobertas de amarrações
com as cordas dos navios, levando-os depois a confecionar produtos com os fios
disponíveis a bordo, fazendo desde objetos para uso pessoal, tais como franjas
em toalhas, véus, xales, cintos e bolsas, até utensílios de pesca como redes,
cordas e anzóis entrelaçados.
Eles faziam
esses objetos tanto para o uso pessoal quanto para a venda e troca nas cidades
onde paravam.
A habilidade na
confeção de produtos com os fios e amarrações nos navios propagou-se como um
costume entre os marinheiros, tendo uma larga produção a bordo, sendo, além de
comercializados nos portos, transmitidos também às mulheres dos navegantes que
ficavam em terra.
O macramé atravessou os anos, sendo
esquecido por alguns e resgatado por outros.
No entanto,
será nos anos 1970, com o movimento hippie nos Estados Unidos da América,
o qual se espalhou pelo mundo, que a técnica voltará a ganhar notoriedade.
O macramé é atualmente usado por vários
seguimentos, desde bijuterias feitas por artesãos e sendo vendidas nas praças e
até mesmo nas lojas de grifes de shoppings, passando por grandes e
pequenos artistas a designers de moda
e decoração.
Fonte |
As simples
franjas em toalhas de banho ou barrados em estolas eclesiásticas feitas por
senhoras em muitas tardes, nos terreiros dos quintais de terra batida, são
rivalizadas pelas peças de macramé
feitas pelas grandes confeções das marcas de fama mundial.
Fonte do texto
(editado e adaptado) | Imagem de destaque (editada)